O primeiro dos 14 integrantes da delegação brasileira da flotilha Global Sumud, interceptada enquanto tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, foi deportado para a Turquia. Trata-se de Nicolas Calabrese, cidadão argentino-italiano residente no Brasil, segundo informações divulgadas à imprensa pela flotilha. Quatro integrantes da delegação estão em greve de fome (Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles).
A Marinha de Israel confirmou a detenção de cerca de 450 ativistas de várias nacionalidades, incluindo a sueca Greta Thumberg. O governo israelense informou que eles serão deportados para a Europa.
Nicolas Calabrese é professor de educação física, educador popular da Rede Emancipa no Rio de Janeiro e militante do Psol. Cidadão argentino e italiano, vive no Brasil há mais de dez anos. Ele foi deportado para a Turquia, e o consulado italiano em Israel pagou sua passagem. Ainda não há informação sobre seu eventual retorno ao Brasil.
A organização Adalah, responsável pela assistência jurídica aos integrantes da flotilha sequestrados por Israel, não recebeu comunicação oficial das autoridades sobre deportações de outros membros.
Mas, segundo a nota, neste sábado (4) partiu um avião coordenado pela embaixada da Turquia em Tel Aviv levando 137 pessoas de vários países, e dentre elas estava Calabrese. O grupo considera que a ausência de transparência sobre os processos de deportação “é temerosa e uma estratégia do governo israelense para dificultar ao máximo os trabalhos da organização e dos advogados que se esforçam para acompanhar os ativistas presos ilegalmente”.
Deputada continua detida, diz assessoria
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que também integrava a flotilha, disse em nota neste sábado que ela e outros integrantes brasileiros da delegação continuam “detidos ilegalmente” na prisão de Ketziot, no deserto de Neguev, em Israel, após a interceptação por forças israelenses.
Segundo o comunicado, a advogada que acompanha a delegação brasileira relatou que Luizianne decidiu não assinar o documento de “deportação acelerada” oferecido pelas autoridades israelenses, por considerar o tratamento “abusivo” e para demonstrar solidariedade aos demais integrantes.
Audiências judiciais no tribunal que analisa as ordens de detenção estão ocorrendo neste sábado, de acordo com as informações da equipe da deputada, que declarou acompanhar o caso e aguardar o resultado das sessões. “Exigimos que o governo de Israel liberte imediatamente as brasileiras e os brasileiros detidos ilegalmente”, disseram os auxiliares da petista.