O pastor Silas Malafaia disse, nesta segunda-feira (4/8), que irá organizar uma “mega manifestação” em 7 de setembro contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Aliado de primeira hora de Bolsonaro, Malafaia voltou a chamar Moraes de “ditador” que “rasga sucessivamente a Constituição” em entrevista ao Metrópoles. Ele disse que a determinação do ministro, desta segunda, beneficia politicamente o aliado: “O lugar mais espetacular para um político é o de vítima”.
“Sete de setembro vai ser uma mega manifestação, com toda certeza (…) O que o Alexandre está colocando, acho que nem Lula ou a esquerda querem: o de vítima. O lugar mais espetacular para um político ficar é o de vítima. Bolsonaro está sendo vítima de uma farsa de pseudo-golpe”, declarou.
O religioso e financiador dos principais atos pró-Bolsonaro, desde o fim do antigo governo, Malafaia disse que não haverão novas manifestações, pois o plano agora é concentrar esforços no 7 de setembro, dia da Independência do Brasil.
Moraes determina a prisão domiciliar de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-presidente, depois de ele descumprir medidas cautelares, estipuladas anteriormente.
O estopim para a preventiva foi a participação de Bolsonaro, via telefone, em uma manifestação bolsonarista realizada nesse domingo (3/8), no Rio de Janeiro. Participação essa, cujo vídeo foi republicado pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
O ex-presidente já estava submetido, por ordem de Moraes, a uma série de medidas cautelares. As medidas iniciais incluíam a proibição de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana.
A proibição de uso de redes sociais por Moraes deixava claro que não seriam permitidas transmissões, retransmissões, veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais, nem o uso desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão.
Além da prisão domiciliar, Bolsonaro deverá cumprir as seguintes medidas:
1. Proibição de visitas, salvo de seus advogados regularmente constituídos e de outras pessoas previamente autorizadas pelo STF.
2. Proibição expressa de utilizar celulares, tirar fotos ou gravar imagens durante as visitas.
3. Proibição de uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros.
4. Manutenção expressa das proibições anteriores de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras, bem como de utilização de redes sociais, direta ou indiretamente por terceiros.
