Resumo
- As principais redes sociais chinesas, como WeChat e Douyin, começaram a exibir selos visíveis e marcas digitais ocultas em conteúdos de IA.
- Nova regulamentação da Administração do Ciberespaço da China exige sinalização explícita e implícita para aumentar transparência e combater desinformação.
- Medida integra a campanha Qinglang 2025, que busca reforçar a segurança digital e regular o uso desse tipo de tecnologia.
As principais redes sociais da China começaram a adotar recursos para cumprir a nova lei que exige rótulos em todo conteúdo criado por inteligência artificial. A regra, que entrou em vigor nesta semana, vale para textos, fotos, áudios e vídeos, e busca aumentar a transparência no uso da tecnologia.
Com isso, plataformas como o WeChat, da Tencent, e o Douyin, versão chinesa do TikTok, pertencente à ByteDance, passaram a exibir tanto selos visíveis aos usuários quanto marcas digitais embutidas nos metadados. A combinação permite identificar conteúdos sintéticos na interface e manter registros ocultos para futuras verificações técnicas.
Como funciona a nova regra?
O regulamento foi elaborado pela Administração do Ciberespaço da China (CAC), em conjunto com o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, o Ministério da Segurança Pública e a Administração Nacional de Rádio e Televisão do país. A exigência inclui dois tipos de sinalização: a explícita, que aparece de forma clara ao usuário, e a implícita, feita por meio de marcas-d’água nos dados internos do arquivo.
Publicada originalmente em março, a norma entrou em vigor como parte de um esforço mais amplo do governo chinês para lidar com preocupações relacionadas ao uso de IA. Entre os principais pontos levantados estão a disseminação de desinformação, possíveis violações de direitos autorais e a ocorrência de fraudes online.
Por que a China está reforçando a supervisão sobre a IA?


A nova política se insere em um movimento maior de Pequim para aumentar o controle sobre o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias emergentes. A medida está alinhada à campanha “Qinglang 2025” — traduzida como “claro e brilhante” —, iniciativa anual da CAC voltada a fortalecer a segurança digital e reduzir riscos no ambiente online do país.
O governo chinês tem intensificado a fiscalização do setor nos últimos anos, estabelecendo regras para empresas de tecnologia e definindo limites de operação para algoritmos e modelos de IA. O objetivo declarado é equilibrar inovação com proteção social, assegurando que os avanços tecnológicos não resultem em problemas para a população ou para o ecossistema digital do país.
Com a obrigatoriedade dos selos, autoridades esperam que usuários passem a ter maior clareza sobre a origem do conteúdo consumido no dia a dia. Ao mesmo tempo, especialistas apontam que a política pode servir como referência para outros países que discutem formas de regulamentar a inteligência artificial.
Com informações do South China Morning Post