A Rússia lançou hoje o maior ataque de drones contra a Ucrânia desde o início da guerra, há mais de três anos, contra a capital Kiev, ferindo ao menos 23 pessoas e danificando edifícios por toda a cidade, apenas algumas horas depois do líder russo ter tido uma conversa — sem avanços — com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sirenes, explosões e o zumbido dos drones ressoaram na capital ucraniana do início da noite de ontem até o amanhecer. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou um total de 539 drones e 11 mísseis. Os moradores precisaram se abrigar em estações do metrô.
O presidente Volodymyr Zelensky, que deve conversar com Trump ainda hoje, classificou o ataque como “deliberadamente massivo e cínico”.
“Notavelmente, os primeiros alertas de ataque aéreo em nossas cidades e regiões ontem começaram a soar quase simultaneamente com reportagens da mídia sobre a ligação entre o presidente Trump e Putin”, disse Zelensky em publicação no X. “Mais uma vez, a Rússia mostra que não tem intenção de acabar com a guerra e o terror”, acrescentou ele, pedindo maior pressão sobre a Rússia e mais equipamentos de defesa aérea.
O ataque ocorreu após Trump dizer a jornalistas que estava “muito decepcionado” após a conversa por telefone com Putin, ocorrida ontem, e classificada por ele como “sem avanços”. O líder russo afirmou ao presidente americano que não desistiria de seus objetivos na guerra, de acordo com o Kremlin.
Autoridades de Kiev disseram que o ataque danificou cerca de 40 blocos de apartamentos, infraestrutura ferroviária, cinco escolas e jardins de infância, cafés e muitos carros em seis dos 10 distritos da cidade. A Polônia informou que a seção consular de sua embaixada foi danificada no centro da capital, acrescentando que os funcionários estavam ilesos.
O prefeito Vitali Klitschko disse no Telegram que 14 dos feridos foram hospitalizados. A companhia ferroviária estatal da Ucrânia, Ukrzaliznytsia, a maior do país, afirmou que o ataque forçou o desvio de vários trens de passageiros, causando atrasos.
Os ataques aéreos russos contra a capital ucraniana têm se intensificado nas últimas semanas, incluindo alguns dos ataques mais mortais da guerra.