Durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), em Cuiabá, o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Coronel PM César Augusto Roveri, foi questionado sobre a promoção de policiais militares acusados de participação em grupos de extermínio e como isso ocorre dentro da estrutura do Governo do Estado.
Em resposta, o secretário afirmou que não há policiais acusados de integrar grupos de extermínio alcançando postos altos da corporação, destacando que as transferências dentro das instituições são comuns.
Ele explicou ainda que, ao identificar qualquer situação suspeita, as autoridades tomam medidas imediatas, incluindo afastamento, abertura de inquéritos e sindicâncias, e, se necessário, prisão do policial.
“Existem mais de 7 mil policiais em Mato Grosso. Não é possível acompanhar diariamente todas as transferências, mas o que é feito é o acompanhamento das investigações e a identificação de qualquer irregularidade. Quando uma transferência é realizada, a Corregedoria e a Polícia Militar verifica o histórico do policial. Caso haja qualquer problema identificado, as providências são tomadas imediatamente”, afirmou o secretário.
Quando questionado sobre a transferência de um policial para a Casa Militar, sem o histórico completo, o secretário explicou que as transferências são acompanhadas pela inteligência de governo e pela Corregedoria.
“Se não houver registros de problemas, o policial pode ser transferido para qualquer unidade. Se, durante o serviço, surgirem problemas ou o policial não se adaptar, ele pode ser transferido novamente, como aconteceu com um policial que, após menos de 30 dias na Casa Militar, pediu para retornar à Polícia Militar”, completou.
Em relação ao caso específico de Ronaldo Rainha, policial acusado de integrar um grupo de extermínio, o secretário afirmou que a verificação do histórico sempre ocorre. “Esse é um caso específico, e podemos levantar mais informações em outra ocasião para fornecer uma resposta detalhada.”
O secretário também compartilhou sua experiência pessoal, destacando que, como ex-secretário da Casa Militar, já havia realizado diversas transferências de policiais, tanto para dentro quanto para fora da instituição, devido à falta de adaptação ao serviço específico.
Caso Renato Nery
O policial a que o secretário se refere no caso Nery é o sargento da Polícia Militar, Heron Teixeira Pena Vieira, investigado por contratar um caseiro para assassinar o advogado Renato Nery.
Ele teve a prisão decretada pela Justiça, e durante as investigações foi constatado que ele já respondia a outros processos referentes à Operação Simulacrum, que apurou a atuação de um grupo de mais de 60 policiais militares suspeitos de 24 mortes em simulações de confrontos, resultando na denúncia do Ministério Público.
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