Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso
As empresas que atuam no mercado de geração própria de energia solar devem contratar cerca de 109 mil novos profissionais em 2025 no Brasil, sobretudo para cargos nas áreas comerciais, vendas e marketing. É o que revela novo estudo da RH Renováveis, consultoria especializada em gestão de pessoas, recrutamento e seleção de profissionais no setor de energia.
Segundo o relatório, as novas contratações, embora reforcem o papel relevante do setor solar na geração de empregos no País, podem não ser necessariamente motivo para comemoração: a rotatividade média nas empresas do segmento pode ultrapassar 61% em 2025.
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A pesquisa, feita a partir da base histórica da consultoria e de dados de mercado, alerta para o impacto dessa rotatividade: o custo anual com desligamentos pode chegar a R$ 2,7 bilhões. Caso as empresas conseguissem reduzir esse índice para 35%, a economia seria maior que R$ 1,1 bilhão. Já com 25% de turnover, a economia seria acima de R$ 1,6 bilhão.
Atualmente, o setor de geração própria solar no modelo da geração distribuída emprega cerca de 340 mil profissionais, nas mais variadas áreas, como administrativo, vendas, jurídico, engenharia e outros. A pesquisa da RH Renováveis revela ainda que as funções comerciais continuam dominando o setor, com 45% dos profissionais alocados em vendas e marketing. Engenharia e instalação representam 36%, enquanto operações e suporte somam 19% dos postos de trabalho.
Remuneração e metas comerciais
Nos integradores, que são empresas de projetos e instalação, o modelo mais comum de comissão paga de 3% a 5% sobre as vendas, especialmente quando o salário fixo é baixo (até R$ 2 mil). Já nos distribuidores de equipamentos, as metas de vendas são bem mais elevadas: a média é de R$ 750 mil mensais, com apenas 30% dos vendedores atingindo esse patamar.
Entre as empresas que mais contratam, os integradores lideram o número de contratações, com mais de 70% da representatividade no mercado e cerca de 83 mil novas admissões previstas para 2025. Na sequência aparecem distribuidores, fabricantes e outros modelos de negócio.
Entre os integradores, o turnover estimado é de 66%. Já nos distribuidores, 49%.
Habilidades mais demandadas
Além do domínio técnico, os comportamentos mais valorizados são: resiliência, proatividade, organização, comunicação clara e habilidade para negociação — especialmente nas áreas comerciais e de engenharia.
A pesquisa também revela que os próprios acionistas ocupam a maioria dos cargos de direção em PMEs do setor. Nos integradores, esse índice chega a 87%; nos distribuidores, 60%; e nos fabricantes, 40%.
Para Pedro Drumond, CEO da RH Renováveis, os dados reforçam a urgência de estruturar práticas mais sólidas de atração, desenvolvimento e retenção de profissionais, especialmente nas empresas de projetos e instalação. “O setor está em mudança e a base de pessoas ainda opera com altos índices de informalidade, pressão e desorganização. Isso precisa mudar”, conclui.