
O soldado da Polícia Militar Raylton Duarte Mourão, de 33 anos, confessou ter atirado e matado a personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes, de 34 anos. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22).
Rozeli foi assassinada no último dia 11 de setembro, por volta das 6h, no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande, quando saía de casa para trabalhar. Dois homens em uma motocicleta se aproximaram e dispararam contra a vítima. Segundo as investigações, Mourão estava na garupa e atirou em movimento.
A Justiça havia decretado a prisão temporária de Raylton e de sua esposa, Aline Valandro Kounz, por 30 dias. No entanto, quando a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no último sábado (13), o casal não foi localizado. O militar fugiu deixando para trás a arma funcional, documentos pessoais e um capacete semelhante ao usado no crime. O sistema de câmeras de sua residência também havia sido retirado, dificultando a análise das movimentações. Aline, que foi alertada sobre a operação, conseguiu escapar enquanto trabalhava.
A investigação aponta que a motivação para o homicídio está ligada a um processo judicial envolvendo um acidente de trânsito ocorrido em março deste ano. O caso envolvia um caminhão-pipa da empresa Reizinho Água Potável, da qual Raylton e Aline são sócios.
De acordo com a ação, o veículo da empresa teria desrespeitado a sinalização em um cruzamento e provocado uma colisão. Rozeli, que conduzia um Renault Sandero, precisou frear bruscamente e acabou atingida por uma motocicleta que vinha atrás. O motociclista não possuía habilitação.
Na ação judicial, Rozeli alegou que teve prejuízos avaliados entre R$ 6,8 mil e R$ 9,6 mil para reparar o carro. Ela pedia indenização de R$ 9.654,63 por danos materiais e mais R$ 15 mil por danos morais. A empresa, segundo a vítima, não tinha registro no CNPJ nem na Receita Federal, e nenhuma das partes se dispôs a arcar com os custos do acidente.
Uma audiência de conciliação estava marcada para o dia 16 de setembro, mas acabou não acontecendo devido ao assassinato da personal trainer. Após o crime, a defesa do casal desistiu do processo.
A Polícia Civil prossegue com as investigações para identificar o motociclista que conduzia a moto no dia do homicídio e apurar a participação de Aline no crime.