A taxa de informalidade foi de 37,9% no trimestre encerrado em abril, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o atual patamar, a taxa é a quinta menor da série histórica da pesquisa, que para esse indicador começa em 2015. Todas as quatro taxas mais baixas foram registradas em 2020, ano da pandemia.
Para o analista do IBGE William Kratochwill, a taxa pode chegar a um novo patamar mínimo nos próximos meses, mas agora graças ao bom desempenho do mercado de trabalho, com aumento da formalização, e não aos efeitos da pandemia sobre o emprego informal.
“Talvez nos próximos trimestres podemos nos aproximar da menor taxa de informalidade da série histórica da Pnad”, disse ele, ao comentar os resultados da pesquisa para o trimestre encerrado em abril.
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A taxa de informalidade indica a parcela de trabalhadores ocupados que atua no setor informal. A taxa caiu de 38,3% no trimestre encerrado em janeiro para 37,9% no trimestre concluído em abril. Em igual trimestre de 2024, a taxa estava em 38,7%.
Na pandemia, a necessidade de isolamento social afastou os trabalhadores informais do mercado, especialmente nos primeiros meses. Muitos desistiram de procurar trabalho. Só que a classificação de desempregado (ou desocupado) pelo IBGE pressupõe uma busca por vaga. Portanto, esses trabalhadores não eram classificados como desempregados.
Como houve saída de trabalhadores informais, o contingente que permaneceu no mercado era, proporcionalmente, mais formal, o que é chamado como efeito composição.
“Em 2020, ano da pandemia, todos os indicadores saíram da sua evolução normal. Com o fechamento [da economia], muitos dos informais ficaram sem trabalhar e o montante de informais diminuiu. Os informais “desapareceram” e a taxa foi lá para baixo”, disse Kratochwill, ao explicar o efeito composição.
“Quando tivemos essa taxa mais baixa antes foi porque houve uma experiência da natureza que impediu as pessoas de buscar trabalho. […] Agora, estamos numa taxa de informalidade menor, mas pela evolução natural do mercado de trabalho”, afirmou, ao citar a tendência de redução do setor informal desde o fim de 2021.