O novo true crime do streaming Max, Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça, estreou nesta terça-feira (18/3). Após 36 anos do naufrágio, a produção emociona ao reunir depoimentos tocantes de sobreviventes.
A direção da série documental é de Tatiana Issa e Guto Barra, responsáveis pelo true crime sobre Daniella Perez no Max. Em entrevista ao Metrópoles, eles falaram sobre o sentimento de oportunizar um novo momento de desabafo para os sobreviventes da tragédia que abalou o país.
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“Algumas pessoas tiveram dificuldade de reviver a história, porque foi um processo muito difícil. Ao mesmo tempo, é muito triste ver que uma tragédia tão absurda estava sendo esquecida e apagada. Então, eu não consigo me colocar no lugar das vítimas, mas acho que o saldo da série foi positivo para elas”, disse Guto sobre os bastidores da produção com as vítimas.



Eduardo Schanzer e Samanta Schanzer na série Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça
Divulgação/Max
Reprodução do Bateau Mouche IV na nova série do Max
Divulgação/Max
Bateau Mouche IV sendo retirado do mar em 1989
Divulgação/Max
Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça é a nova série do Max
Divulgação/Max
“As pessoas não têm ideia da negligência e da corrupção envolvidas no caso. A história começa ruim e fica muito pior.”
Guto Barra, diretor da série
Tatiana Issa, por sua vez, revelou que o roteiro da série documental contou com a produção de Renata Amato, que perdeu o pai no naufrágio. “Ela viveu a tragédia no cotidiano e na vida pessoal. Durante as filmagens, foi muito duro, a gente chorava todos os dias no set.”
A diretora continuou, citando os sentimentos dos sobreviventes nas gravações. “Para essas vítimas, contar essas histórias que nunca foram ouvidas após mais de 30 anos trouxe uma sensação de expurgar sentimentos, como se estivessem fazendo justiça de alguma maneira. Eles ficaram gratos pelo projeto ter validado a história deles”, afirmou Tatiana.
O naufrágio do Bateau Mouche
- A embarcação Bateau Mouche IV naufragou no Rio de Janeiro na noite de Réveillon de 1989, durante um passeio de luxo na Baía de Guanabara.
- Na ocasião, uma empresa divulgou as vendas de entradas para a embarcação Bateau Mouche IV, prometendo que as pessoas curtiriam a virada de ano vendo os fogos de Copacabana em alto-mar.
- Originalmente construído para receber 28 pessoas, o barco saiu com 153 pessoas.
- Após alguns minutos que a embarcação foi para alto-mar, a Capitania dos Portos fez o Bateau Mouche IV retornar para o cais por conta do número excessivo de pessoas, visto que os responsáveis pelo evento superlotaram o veículo marítimo.
- Porém, momentos após o retorno, o barco foi liberado para sair novamente.
- Assim que entrou em alto-mar, logo após sair dos limites da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a embarcação naufragou.
- 55 pessoas morreram na catástrofe, incluindo a atriz Yara Amaral, celebridade da Globo.
- Os corpos das vítimas e os sobreviventes foram resgatados pela traineira Evelyn Maurício e pelo iate Casablanca que chegaram ao local em seguida.
- Atualmente, o caso segue na justiça, com processos marcados por reviravoltas, investigações que envolvem fraudes e irregularidades no Bateau Mouche IV, e sobreviventes que buscam indenizações pelo naufrágio.