O presidente dos EUA, Donald Trump, planeja assinar uma ordem executiva nesta sexta-feira (5) para renomear o Departamento de Defesa como “Departamento de Guerra”, disse uma autoridade da Casa Branca nesta quinta-feira (4).
A ordem autorizaria o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o Departamento de Defesa e autoridades subordinadas a usarem títulos secundários como “Secretário de Guerra”, “Departamento de Guerra” e “Vice-Secretário de Guerra” em correspondências oficiais e comunicações públicas, segundo um comunicado da Casa Branca.
A medida, que colocaria a marca de Trump na maior organização do governo e provavelmente custaria centenas de milhões de dólares, também instruiria Hegseth a recomendar ações legislativas e executivas necessárias para tornar a renomeação permanente.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump tem buscado renomear uma série de locais e instituições, incluindo o Golfo do México, além de restaurar os nomes originais de bases militares que foram alterados após protestos por justiça racial.
Mudanças no nome de departamentos são raras e exigem aprovação do Congresso, mas os republicanos — aliados de Trump — detêm pequenas maiorias tanto no Senado quanto na Câmara dos Representantes, e os líderes do partido no Congresso têm demonstrado pouca disposição para se opor a qualquer iniciativa de Trump.
O Departamento de Defesa dos EUA era chamado de Departamento de Guerra até 1949, quando o Congresso consolidou o Exército, a Marinha e a Força Aérea após a Segunda Guerra Mundial. O novo nome foi escolhido, em parte, para sinalizar que, na era nuclear, os EUA estavam focados em prevenir guerras, segundo historiadores.
Alterar o nome novamente será custoso e exigirá a atualização de placas e papéis timbrados não apenas no Pentágono, em Washington, D.C., mas também em instalações militares ao redor do mundo.
Uma iniciativa do ex-presidente Joe Biden para renomear nove bases que homenageavam a Confederação e seus líderes estava prevista para custar ao Exército US$ 39 milhões. Essa iniciativa foi revertida por Hegseth no início deste ano.
A equipe de redução do tamanho do governo de Trump, conhecida como Departamento de Eficiência Governamental, tem tentado implementar cortes no Pentágono com o objetivo de economizar recursos.
Críticos disseram que a mudança planejada de nome não é apenas cara, mas também uma distração desnecessária para o Pentágono. Hegseth afirmou que mudar o nome “não é apenas uma questão de palavras — é sobre o ethos guerreiro”.
Neste ano, um dos aliados mais próximos de Trump no Congresso, o deputado republicano James Comer, presidente do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, apresentou um projeto de lei que facilitaria ao presidente reorganizar e renomear agências.
“Vamos simplesmente fazer isso. Tenho certeza de que o Congresso vai concordar, se for necessário… ‘Defesa’ é defensivo demais. Queremos ser defensivos, mas também queremos ser ofensivos, se necessário”, disse Trump no mês passado.
Trump também mencionou a possibilidade de mudança de nome em junho, quando sugeriu que o nome havia sido alterado originalmente por ser “politicamente correto”.
Mas, para alguns membros do governo Trump, o esforço remonta a bem antes. Durante o primeiro mandato de Trump, o atual diretor do FBI, Kash Patel — que trabalhou brevemente no Pentágono —, costumava assinar e-mails com a frase: “Chefe de Gabinete do Secretário de Defesa & do Departamento de Guerra”.
“Vejo isso como uma homenagem à história e à herança do Departamento de Defesa”, disse Patel à Reuters em 2021.