Os quatro líderes do Congresso dos Estados Unidos vão se reunir com o presidente Donald Trump na Casa Branca nesta segunda-feira, 29, um dia antes da proposta de orçamento do governo perder validade se os dois partidos não conseguirem negociar um projeto de lei orçamentária para o curto prazo.
Essa vai ser a primeira vez que Trump e os líderes do Parlamento vão discutir o assunto antes do prazo final para evitar a paralisação do governo. O líder dos democratas no Senado Chuck Schumer e seu colega na Câmara, Hakeem Jeffries, deveriam se encontrar com o presidente na semana passada, mas a Casa Branca cancelou a reunião no último minuto. Agora, eles devem se reunir na Casa Branca na segunda, juntamente com os líderes republicanos do Senado, incluindo o líder da maioria John Thune.
A proposta de orçamento só garante os gastos do governo até meados de novembro e precisa ser aprovada antes de 1º de outubro. Os democratas insistem que o projeto precisa incluir extensão dos subsídios à saúde e a restauração dos cortes orçamentários para o setor implementados por Trump neste ano. Os republicanos garantem que podem negociar esses pontos depois que a paralisação for evitada. “Nós podemos ter essa conversa. Mas, antes disso, liberte o refém. Liberte o povo americano. Mantenha o governo aberto, e depois vamos conversar sobre esses créditos fiscais premium”, disse Thune ao programa Meet the Press, da NBC, neste domingo (28).
Os republicanos precisam do apoio de pelo menos sete democratas para aprovar a proposta no Senado. Ela já passou na Câmara. Trump ameaçou promover demissões em massa de empregados federais se o governo for paralisado por falta de orçamento.
“A questão é muito simples: está nas mãos deles”, disse Schumer ao Meet the Press, se referindo aos republicanos. “Vamos ver na segunda-feira se eles estarão dispostos a negociar conosco”.
Schumer minimizou a ameaça de demissões em massa, uma vez que o governo Trump faria isso mesmo sem a paralisação. Ele pontuou que parte das demissões em massa do início do ano foram invalidadas por tribunais, quando não foram revogadas pelo próprio governo.
O senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, expressou preocupação com a possibilidade de seu partido concordar em passar o orçamento e, depois, os republicanos não cumprirem o acordo de negociar os cortes na saúde. “Se fizermos um acordo, por favor, sr. Presidente, não assine o acordo só para imediatamente no dia seguinte começar a tirar mais recursos, rescindindo os acordos feitos no dia anterior”, disse Keine no programa Face the Nation, da CBS. “Um acordo deveria ser um acordo”.
Schumer e Jeffries disseram, em nota conjunta, no sábado, que os democratas querem evitar uma paralisação. “Como já dissemos várias vezes, os democratas vão se reunir a qualquer momento e com qualquer pessoa para negociar um acordo bipartidário que garanta as necessidades do povo americano”, disseram. “Estamos determinados a evitar uma paralisação do governo e resolver a crise de saúde dos republicanos. O tempo está acabando”.
A Casa Branca já disse que os democratas precisam abrir mão de suas demandas para renovar os subsídios à saúde e para impedir os cortes no Medicaid antes de sentar para uma negociação. A possibilidade de paralisação é considerada provável.
“Nós não queremos paralisar o governo, mas se os democratas se negarem a aceitar essa resolução limpa, isso é exatamente o que vai acontecer, e eu acho que os democratas vão arcar com a responsabilidade”, disse o vice-presidente JD Vance à Fox News no domingo.
