O interesse de brasileiros em estudar no exterior com bolsas de estudo cresce a cada ano, mas especialistas alertam que o sucesso nesse objetivo exige preparação antecipada, bom desempenho acadêmico e domínio de idiomas.
Apesar de mudanças no cenário internacional, como a redução de vagas e bolsas para estrangeiros nos Estados Unidos, o movimento abre espaço em outros destinos. Países europeus, asiáticos e da Oceania têm intensificado campanhas para atrair alunos latino-americanos, oferecendo incentivos financeiros e condições especiais de ingresso.
Atualmente, os destinos mais buscados por brasileiros incluem Estados Unidos, Portugal, Itália, Espanha, Irlanda, Reino Unido, Alemanha e Austrália. Entre as opções emergentes, a Coreia do Sul se destaca por oferecer bolsas competitivas que chegam a cobrir todos os custos de estudo e, em alguns casos, despesas de vida.
As bolsas disponíveis se dividem em diferentes categorias: mérito acadêmico, necessidade financeira, perfil específico (como gênero, origem ou área de estudo) ou ainda talento esportivo ou artístico. Cada modalidade exige comprovação rigorosa, que vai desde notas altas e certificados de proficiência até participação em competições, projetos sociais e cartas de recomendação.
Segundo o especialista em educação internacional Gavur Kirst, o momento é promissor para quem planeja.“Várias universidades ao redor do mundo estão buscando equilibrar a diversidade de seus estudantes. Como alguns países asiáticos têm enviado contingentes muito grandes, instituições estão reservando mais vagas e bolsas para alunos latino-americanos, inclusive brasileiros. É uma oportunidade única, mas só aproveita quem começa cedo, cuida do histórico escolar e se dedica ao idioma”, afirma.
O planejamento deve começar cedo: alunos do ensino médio precisam se preocupar com as notas e atividades extracurriculares desde o 9º ano. Universitários interessados em bolsas para mestrado ou doutorado devem iniciar a busca por programas com pelo menos 18 meses de antecedência e garantir cartas de recomendação sólidas.
Entre os erros mais comuns estão deixar a pesquisa para a última hora, não conhecer o perfil dos bolsistas anteriores e subestimar a importância da proficiência no idioma. Para bolsas integrais, mesmo sem baixa renda, é preciso apresentar um perfil acadêmico e extracurricular acima da média.
“Estudar fora com bolsa não é impossível, mas é um projeto que exige estratégia, disciplina e tempo. Quanto antes o aluno começar, maiores são as chances de conseguir uma oportunidade que mude sua trajetória profissional e pessoal”, conclui Kirst.
PASSO A PASSO
ENSINO MÉDIO PARA UNIVERSIDADES
Começar a cuidar das notas desde o 9o ano
Estudar sobre como funcionam os processos de admissão em universidades fora do país desde cedo
Tentar descobrir em que área gostaria de estudar
Ver quais os principais países e universidades dentro dessa área
Participar das atividades extras apresentadas pela escola e participar de projetos fora de forma voluntária, principalmente se for algo relacionado à sua área de interesse.
Estudar o idioma em que quer fazer faculdade
Entrar no 3o ano do ensino médio com um plano já delineado e aproveitar esse ano para fazer as inscrições nas universidades o mais cedo possível.
ALUNO UNIVERSITÁRIO PARA PÓS-GRADUAÇÃO, MESTRADO OU DOUTORADO
Dedicar-se às notas
Dedicar-se em dominar o idioma
Participar de seminários, palestras e congressos
Participar, quando possível, de projetos de pesquisa
Fazer estágio
Se possível, dedicar-se a trabalhos voluntários
Ter uns 2 anos de experiência profissional para MBAs
Conseguir boas cartas de recomendação
Procurar as bolsas disponíveis em universidades e governos dentro das áreas de estudo
Começar a fazer a lista dos programas de interesse 18 meses antes das aulas no exterior começarem
Começar o processo de aplicação para os mestrados 1 ano antes das aulas começarem