Estadão MT
Rodrigo Marinho e irmãos Volpato deixam delegacia após prisão na operação
O advogado Rodrigo Moreira Marinho e os empresários Augusto Frederico Ricci Volpato e João Gustavo Ricci Volpato foram flagrados deixando a delegacia. Eles foram presos durante a Operação Sepulcro Caiado, na manhã desta quarta-feira, 30 de julho, após serem acusados de integrar um grupo que desviou cerca de R$ 20 milhões do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Rodrigo Marinho foi acionado pelo Tribunal de Defesa das Prorrogados (TDP) para acompanhar os 7 locais em que seria alvo de busca e apreensão, para garantir o direito dos advogados. Porém, no local, os policiais informaram que ele também era alvo e o levaram preso.
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Os irmãos Ricci Volpato também foram presos por integrarem o esquema criminoso. Eles também deixaram a delegacia. Segundo as investigações da Polícia Civil, João Gustavo é um dos líderes do esquema.
O suposto grupo criminoso era formado por advogados, empresários e um servidor do Judiciário, e atuava por meio de ações judiciais fraudulentas e manipulação interna de sistemas bancários e processuais. Com os alvos os agentes encontraram ouro, passaportes, dólares, euros e até passagens de avião, além da apreensão de carros, jet-ski, cheques e outros bens.
O golpe começava com o ajuizamento de processos de execução de dívida, sempre com João Gustavo Ricci Volpato como autor. Os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, do escritório França & Moraes, atuavam como representantes do suposto credor.
Investigação
Um bloqueio judicial no valor de R$ 17 mil, notado por uma pessoa ao tentar usar o cartão de débito em janeiro de 2025, levou à descoberta de um sofisticado esquema de fraude no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que já causou prejuízos estimados em mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.
A informação consta em uma decisão judicial que decretou a prisão de 11 pessoas, envolvendo diversos advogados e um servidor do TJMT.
A vítima, identificada como Luiz Carlos, procurou esclarecimentos após perceber o bloqueio e descobriu que figurava como réu em nove processos de execução, todos movidos por João Gustavo Ricci Volpato.
Em sete deles, constavam registros de quitação de dívidas superiores a R$ 680 mil — valores muito acima do débito original de cerca de R$ 17 mil, referente a um empréstimo firmado em 2014.
A denúncia levou à abertura de uma investigação pela Delegacia de Estelionato, que identificou o envolvimento de advogados, empresários e um servidor do TJMT, além da falsificação de comprovantes de depósitos e manipulação de sistemas internos do Judiciário. O esquema consistia em forjar ações, simular acordos e solicitar alvarás para saque de valores inexistentes.